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O local chamado Quinta da Boa Vista no atual bairro de São Cristovão, já foi parte de fazenda dos Jesuitas, já foi chácara de um rico comerciante que lá possuía um belo casarão. Este casarão passou a pertencer a Dom João VI quando este veio para o Brasil 1808.
Nos séculos XVI e XVII, a área onde atualmente se localiza a Quinta, integrava uma fazenda dos Jesuítas nos arredores da cidade do Rio de Janeiro. Com a expulsão da Ordem em 1759, a propriedade foi desmembrada, tendo passado à posse de particulares. Quando da chegada da Família Real ao Brasil em 1808, a Quinta pertencia ao comerciante português Elias Antônio Lopes, que havia feito erguer, por volta de 1803, um casarão sobre uma colina, da qual se tinha uma boa vista da baía de Guanabara – o que deu origem ao atual nome da Quinta.
A partir de então, este casarão tornou-se a morada dos antigos Reis do Brasil, passando por muitas e sucessivas reformas e acréscimos, sendo transformado finalmente em um Palácio Neoclássico.
Do Paço Real ao Paço Imperial
O Palácio Real ou Paço Real foi residência da família real de 1808 a 1821. Após 1822, com a proclamação da Independência do Brasil por D.Pedro I, passou a chamar Paço Imperial, tendo sido residência da família imperial de 1822 a 1889, quando foi proclamada a República.
Em 1816 o casarão já reformado, recebeu um portão/pórtico, que foi dado como presente de casamento a D. Pedro I e à futura imperatriz, Maria Leopoldina de Áustria, por um Lord Inglês, o Duque de Northuberland. Este portal passou a ser a entrada do então chamado Paço Imperial na Quinta da Boa Vista. O portão, inspirado no pórtico de Robert Adams para a "Sion House", residência daquele nobre na Inglaterra, é moldado em uma espécie de terracota, denominada "Coade stone", fabricada pela empresa inglesa Coade & Sealy.
Tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, esse portão encontra-se atualmente destacado, como entrada principal, no Jardim Zoológico do Rio de Janeiro, nas dependências da Quinta.
Na Quinta cresceu, foi educado e viveu D. Pedro II. Entre as reformas que este Imperador empreendeu na propriedade contam-se as enormes obras de embelezamento dos jardins, executadas por volta de 1869, com projeto do paisagista francês Auguste François Marie Glaziou, as quais, muitas características originais permanecem até os dias atuais, como a Alameda das Sapucaias, um lago onde hoje pode-se andar de pedalinhos e outro onde se encontra uma gruta artificial onde pode-se alugar canoas a remo.
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A moradia do imperador era dividida em três pavimentos: o primeiro era destinado a serviços gerais e primeiras recepções; o segundo era um pavimento mais ornamentado que tinha como função receber os visitantes; e o terceiro era constituído de dormitórios e demais áreas da família.
Fotos: do 1º, 2º e 3º pavimentos do Paço. Fonte: UFRJ
O objetivo das alterações arquitetônicas era o palácio ser solidificado como lugar que emanava o poder imperial durante o Segundo Reinado, visando reforçar a construção do Estado Nação. Para isso, D. Pedro II contou com seus súditos, em especial com segmentos da nobreza brasileira, que acompanharam e apoiaram o monarca nos usos dos símbolos e rituais de fortalecimento do poder monárquico. Para desempenhar essas ações, utilizou como palco privilegiado a sua residência.
Da República Velha aos Dias de Hoje
Após a proclamação da República, a Quinta sediou os trabalhos da Assembléia Nacional responsável pela Constituição Brasileira de 1891. Em 1892, o diretor do Museu Nacional do Brasil, Ladislau Neto, conseguiu que o Museu Nacional, com todo o seu acervo e seus pesquisadores, fosse transferido da Casa dos Pássaros para o Paço de São Cristóvão, na Quinta da Boa Vista, onde se encontra até os dias de hoje.
Alojar-se no Paço de São Cristóvão, deu ao Museu um caráter ímpar frente às outras instituições do gênero.
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O Museu Nacional está vinculado ao Ministério da Educação. É a mais antiga instituição científica do Brasil e o maior museu de história natural e antropológica da América Latina. Criado por D. João VI, em 06 de junho de 1818 e, inicialmente, sediado no Campo de Sant'Anna, serviu para atender aos interesses de promoção do progresso cultural e econômico no país. Originalmente denominado de Museu Real, foi incorporado à Universidade do Brasil em 1946. Atualmente o Museu integra a estrutura acadêmica da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Os pesquisadores e laboratórios ocupam boa parte do museu e alguns prédios erguidos no Horto Botânico, na Quinta da Boa Vista. No Horto ainda encontra-se uma das maiores bibliotecas científicas do Rio de Janeiro.
Foto: Panorama Rio |
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